16
nov
Cansado da agitação da vida urbana, Celso larga o emprego, compra um pedaço de terra no Amazonas e se muda para lá. Ele vê o carteiro uma vez por semana e vai à mercearia uma vez por mês. No mais, é paz e tranqüilidade.
Seis meses depois, em dezembro, alguém bate na porta. Celso abre e vê um homem barbudo, peludo e enorme, que diz:
– Meu nome é Chicão, seu vizinho, sete léguas daqui. Festa de Natal lá em casa, sexta-feira. Começa às cinco.
Celso se entusiasma:
– Ótimo, depois de seis meses por aqui, na solidão, nada melhor que isso. Muito obrigado, vou sim.
Chicão começa a ir embora, pára e diz:
– Seguinte: vai rolar bebida.
– Sem problema. Eu topo.
Novamente Chicão começa a ir embora, mas pára e diz:
– Olha, também pode ter briga.
– Sem problema, eu me dou bem nesses lugares. Mais uma vez obrigado.
Chicão continua:
– E pode ter sexo meio selvagem…
– Também não é problema. Eu estou aqui faz seis meses. Mais um motivo para ir. E, aproveitando, me diz uma coisa: qual é o traje?
Chicão: – Cê que sabe. É só nós dois.
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